top of page

Simpósio Temático 12:

Abordagens históricas da arte moderna e contemporânea e suas questões de gênero

 

Coordenadores:

Doutora Milena Costa de Souza / UFPR / souza.milena82@yahoo.com.br / http://lattes.cnpq.br/3022390607614216

 

Doutoranda Larissa Brum Leite Gusmão Pinheiro / UFPR / CAPES / laribrum@hotmail.com / http://lattes.cnpq.br/0522237231215775

 

Doutoranda Flavia Jakemiu Araujo Bortolon / UFPR / CAPES / flaviabortolon@gmail.com / http://lattes.cnpq.br/9615477863886420

 

Doutorando Alexandre Pedro de Medeiros / Unicamp / royquaker@gmail.com / http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4202321Y6

 

Resumo:

As questões advindas da crise da representação nas artes visuais e expostas no“Salão dos Recusados” (Paris, 1863) abriram o caminho para a formulação das vanguardas artísticas e do modernismo, que propunham a autonomia da arte e o desenvolvimento intrínseco de cada meio.Este paradigma, que se estendeu na arte de matriz ocidental por cerca de um século, dos impressionistas ao expressionismo abstrato, passando pelo cubismo, com sua investigação em torno de um novo espaço pictórico, e pela vanguarda disruptiva do dadaísmo, passou a se exaurir de meados da década de 1950 em diante com a dissolução das fronteiras entre arte e cultura e a proposição de trabalhos artísticos que já não atendiam mais aos critérios da arte moderna.A partir daí, surgem obras marcadas pela experimentação que não podem mais ser classificadas estritamente como pintura ou escultura, mas como objeto, performance, ação etc., o que favorece a multiplicação praticamente infinita de possibilidades da produção artística contemporânea. Juntamente com esta nova percepção sobre o que se entende por arte, percebe-se a necessidade de analisar o cenário artístico e, assim, a história da arte, por uma perspectiva de gênero e suas intersecções, como classe e raça. Desse modo, focamos nas seguintes questões: a (in)visibilidade da produção de artistas mulheres na história da arte, tal como apontado por Linda Nochlin (1971) em“Por que não houve grandes mulheres artistas?” e mais recentemente na pesquisa realizado pelo projeto “A história da _rte” na Unicamp, que apresenta dados quantitativos e qualitativos da exígua presença de mulheres nos livros de história da arte vastamente utilizados em cursos de graduação em artes visuais, focalizando o cenário brasileiro das publicações difundidas no meio acadêmico; reflexões que tangem as artes em suas diversas possibilidades, tais como: pintura, cinema, artes gráficas, escultura, tapeçaria e técnicas associadas ao feminino, como costura e bordado; elucubrações sobre as perspectivas socioculturais dos agentes do mundo da arte e como estes intersecionam com questões de gênero, sexualidade, classe e raça; a construção generificada do olhar do produtor e do público. Assim, serão acolhidas comunicações que perpassem por temas fundamentais da relação entre arte (moderna e contemporânea) e história, principalmente aqueles relacionados às questões de gênero, desde questões da historiografia da arte, suas fontes e abordagens, passando pela teoria e crítica de arte, manifestos de grupos, depoimentos de artistas, possibilidades analíticas, agenciamentos artísticos, questões referentes ao pensamento estético, à constituição e fruição da obra de arte, e expressões de gênero nas artes visuais frente a censura no cenário politico e cultural mundial, como os casos contrários a exposição “Queermuseu” que ocorreu em Porto Alegre e a performance “La bête” do artista Wagner Schwartz que ocorreu no MAM-SP.

Palavras-chave: História; arte; gênero; crítica; arte moderna e contemporânea.

 

Referências:

AGUILAR, Nelson (Org.). Fenomenologia e Arte: Maldiney no Brasil. São Paulo:Edusp, 2018.

ALTSHULER, Bruce. The avant-garde in exhibition: new art in the 20th century. Berkeley and Los Angeles: University of California Press, 1998.

ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâneos. São Paulo:Companhia das Letras, 1992.

_______. A história da arte. In: _______. História da arte como história da cidade. 5. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. p. 13-72.

BAECQUE, Antoine de. Projeções: a virilidade na tela. In: COURTINE, Jean-Jacques (Org.). História da virilidade 3: a virilidade em crise? Séculos XX-XXI. Petrópolis: Vozes, 2013. p.519-553.

_______. Telas. O corpo no cinema. In: COURTINE, Jean-Jacques (Org.). História do corpo 3: As mutações do olhar. O século XX. 4. Ed., 2011. p. 481-507.

BELTING, Hans. O fim da história da arte: uma revisão dez anos depois. São Paulo: Cosac Naify, 2006.

BERGER, John. Modos de ver. 2. Ed. 9. Reimpr. Barcelona: Gustavo Gili, 2000.gny, 1984.

BOIS, Yve-Alain. L’exposition dans la pratique de l’historien d’art. Art press, Paris, n.21, p. 48-53, jan. 2000. (Numéro spécial: Oublier l‘exposition).

_______. Contemporary Art as Global Art: a critical estimate. In: BELTING, Hans; BUDDENSIEG, Andrea (Eds.). The Global Art World: audiences, markets, and museums. Ostfildern: HatjeCantz, 2009. p. 38-73.

BUTLER, Judith. Actos performativos y constitucióndel género. Debate Feminista, 1998, p.296-314.

CLARK, Bianca; WENECK, Juliano. DZI Croquettes. Rio de Janeiro:Grafica Stamppa, 2016.

DANTO, Arthur. Após o fim da arte: a arte contemporânea e os limites da história. São Paulo: Odysseus Editora, 2006.

DEBRAY, Régis. Vida e morte da imagem: uma história do olhar no ocidente.Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.

DUBY, Georges. Imagens da Mulher. In: DUBY, Georges; PERROT, Michelle (Orgs.). Imagens da mulher. Lisboa: Afrontamento, 1992. p.8-33.

DUCHAMP, Marcel. O ato criador. In: BATTCOCK, Gregory (Ed.). A nova arte. SãoPaulo: Perspectiva, 2004. p. 71-74.

DUNN, Christopher.Contracultura: AlternativeArtsand Social Transformation in AuthoritarianBrazil. São Paulo: Editora UNESP, 2009.

ECO, Umberto. Obra Aberta: forma e indeterminações nas poéticas contemporâneas.9. Ed. São Paulo: Perspectiva, 2008.

FOSTER, Hal et al. Art since 1900: modernism, antimodernism, postmodernism. 2nded. London: Thames & Hudson, 2011.

FRY, Peter. Da Hierarquia à Igualdade: a construção histórica da homossexualidade no Brasil. In: Para Inglês ver: Identidade e Política na cultura Brasileira. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982.

GARB, Tamar. Gênero e representação. In: FRANCISCA, Francis et al. Modernidade e modernismo: a pintura francesa no século XIX. São Paulo: Cosac & Naify, 1998. p.219-290.

GLICENSTEIN, Jerôme. L’art: une histoire d’expositions. Paris: PUF, 2009.

GREEN, J. N. Além do carnaval: a homossexualidade masculina no Brasil do século XX. São Paulo: Editora UNESP, 2000.

HOLLANDA, Heloísa Buarque de. Impressões de viagem: CPC, vanguarda e desbunde – 1960/70. 5. Ed. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2004 [1979].

JAMESON, Fredric. “Fim da arte” ou “fim da história”? In: _______. A virada cultural:reflexões sobre o pós-modernismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. p.125-154.

LOBERT, R. A palavra mágica: a vida cotidiana do DziCroquettes. Campinas: Editora UNICAMP, 2010.

MEDEIROS, Afonso. O imaginário do corpo: entre erótico e o obsceno: fronteiras líquidas da pornografia. Goiânia: FUNAPE, 2018.

NICHOLSON, Linda. Interpretando o gênero. Revista de Estudos Feministas [online], Florianópolis, v. 08, n. 02, p. 09-41, 2000.

PENTEADO, Fernando Marques; Gatti, José. Masculinidades: teoria, critica e artes. São Paulo: Estação das letras e cores, 2011.

bottom of page