HOSPEDAGENS
LOCALIZAÇÃO
LOCALIZAÇÃO
O fazer historiográfico na contemporaneidade
30/10 a 01/11/2018 | Curitiba-PR
Simpósio Temático 12:
Abordagens históricas da arte moderna e contemporânea e suas questões de gênero
Coordenadores:
Doutora Milena Costa de Souza / UFPR / souza.milena82@yahoo.com.br / http://lattes.cnpq.br/3022390607614216
Doutoranda Larissa Brum Leite Gusmão Pinheiro / UFPR / CAPES / laribrum@hotmail.com / http://lattes.cnpq.br/0522237231215775
Doutoranda Flavia Jakemiu Araujo Bortolon / UFPR / CAPES / flaviabortolon@gmail.com / http://lattes.cnpq.br/9615477863886420
Doutorando Alexandre Pedro de Medeiros / Unicamp / royquaker@gmail.com / http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4202321Y6
Resumo:
As questões advindas da crise da representação nas artes visuais e expostas no“Salão dos Recusados” (Paris, 1863) abriram o caminho para a formulação das vanguardas artísticas e do modernismo, que propunham a autonomia da arte e o desenvolvimento intrínseco de cada meio.Este paradigma, que se estendeu na arte de matriz ocidental por cerca de um século, dos impressionistas ao expressionismo abstrato, passando pelo cubismo, com sua investigação em torno de um novo espaço pictórico, e pela vanguarda disruptiva do dadaísmo, passou a se exaurir de meados da década de 1950 em diante com a dissolução das fronteiras entre arte e cultura e a proposição de trabalhos artísticos que já não atendiam mais aos critérios da arte moderna.A partir daí, surgem obras marcadas pela experimentação que não podem mais ser classificadas estritamente como pintura ou escultura, mas como objeto, performance, ação etc., o que favorece a multiplicação praticamente infinita de possibilidades da produção artística contemporânea. Juntamente com esta nova percepção sobre o que se entende por arte, percebe-se a necessidade de analisar o cenário artístico e, assim, a história da arte, por uma perspectiva de gênero e suas intersecções, como classe e raça. Desse modo, focamos nas seguintes questões: a (in)visibilidade da produção de artistas mulheres na história da arte, tal como apontado por Linda Nochlin (1971) em“Por que não houve grandes mulheres artistas?” e mais recentemente na pesquisa realizado pelo projeto “A história da _rte” na Unicamp, que apresenta dados quantitativos e qualitativos da exígua presença de mulheres nos livros de história da arte vastamente utilizados em cursos de graduação em artes visuais, focalizando o cenário brasileiro das publicações difundidas no meio acadêmico; reflexões que tangem as artes em suas diversas possibilidades, tais como: pintura, cinema, artes gráficas, escultura, tapeçaria e técnicas associadas ao feminino, como costura e bordado; elucubrações sobre as perspectivas socioculturais dos agentes do mundo da arte e como estes intersecionam com questões de gênero, sexualidade, classe e raça; a construção generificada do olhar do produtor e do público. Assim, serão acolhidas comunicações que perpassem por temas fundamentais da relação entre arte (moderna e contemporânea) e história, principalmente aqueles relacionados às questões de gênero, desde questões da historiografia da arte, suas fontes e abordagens, passando pela teoria e crítica de arte, manifestos de grupos, depoimentos de artistas, possibilidades analíticas, agenciamentos artísticos, questões referentes ao pensamento estético, à constituição e fruição da obra de arte, e expressões de gênero nas artes visuais frente a censura no cenário politico e cultural mundial, como os casos contrários a exposição “Queermuseu” que ocorreu em Porto Alegre e a performance “La bête” do artista Wagner Schwartz que ocorreu no MAM-SP.
Palavras-chave: História; arte; gênero; crítica; arte moderna e contemporânea.
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